sexta-feira, 12 de setembro de 2008

As doenças

Tremátodos
Existe suficiente evidência sobre a contribuição no desenvolvimento de anormalidades e declínios nas populações de anfíbios, provocados por parasitas platelmintos da classe Trematoda[23]. Estes tremátodos (do género Ribeiroia) têm um complexo ciclo de vida, com três espécies de hospedeiros. O primeiro inclui um número de espécies aquáticas de caracóis. Os tremátodos, nas suas etapas larvares iniciais, transmitem-se aos girinos, onde as metacercárias se enquistam, gerando protuberâncias nos membros. Estes ciclos de vida provocam anormalidades nas rãs pós-metamórficas, incluindo perda ou número extra de membros[9]. Estas anormalidades ou malformações incrementam a predação de rãs por parte de aves aquáticas, o hospedeiro final dos tremátodos.
Quitridiomicose
Em 1998, seguindo uma pista relativa a mortes de rãs em grande escala, equipas de investigação na Austrália e América Central, chegaram a resultados idênticos: uma espécie de fungo patogénico sem descrição prévia, Batrachochytrium dendrobatidis. Hoje se sabe que muitas das extinções de anfíbios na Austrália e Américas estão ligadas à acção deste fungo, pertencente a uma família de fungos sapróbios da divisão Chytridiomycota, que geralmente não são patogénicos.
Esta doença causada pelo fungo Batrachochytrium dendrobatidis é chamada de quitridiomicose. As rãs infectadas com esta doença geralmente mostram lesões na pele e hiperqueratose, e crê-se que a morte é causada porque o fungo torna impossível a respiração dos anfíbios através da pele. O tempo desde a infecção até à morte, pode variar entre uma ou duas semanas, segundo provas experimentais.
Investigações subsequentes estabeleceram que o fungo está presente na Austrália desde pelo menos 1978, e na América do Norte desde 1970. O primeiro registo conhecido de infecção fúngica em rãs foi na espécie africana Xenopus laevis. Dado que as espécies do género Xenopus são vendidas em lojas de animais e utilizados em laboratórios de todo o mundo, é possível que o fungo tenha sido importado de África para as Américas.
Em 2007 uma equipa de investigadores da Universidade de Otago, em Dunedin, Nova Zelândia, anunciou que rãs banhadas com cloranfenicol tornam-se resistentes à quitridiomicose[24].
Aeromonas hydrophila
O agente patogénico bacteriano Aeromonas hydrophila foi isolado a partir da rã da espécie Rana muscosa, no Parque Nacional Kings Canyon (Califórnia, Estados Unidos da América) e crê-se que seja o responsável pelas mortes em massa ocorridas em 1979 [25], assim como pela mortalidade registada na espécie Bufo boreas

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